sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Início, meio e fim


Se hoje em dia já existem desodorantes que não vencem por 24 horas e cremes dentais capazes de te proteger durante 12 horas. Se hoje em dia já existem festas que duram uma semana inteira, amizades que surgem em um dia e relacionamentos forjados, você acha que a humanidade ainda precisa desse tal AMOR? Muitas coisas foram criadas nesses últimos anos, muitas modernizações, muito desenvolvimento, mas será que o essencial  para uma vida completa deve realmente sumir do mapa? 


I parte -
Acho incrível a nossa capacidade de sonhar com amores adequados, de laços duradouros e juras de eternidade que serão cumpridas. Muitas vezes nos pegamos saboreando paixões instantâneas, prontas em menos de 5 minutos. Ou três dias, ou uma semana. Rápidas, breves, preguiçosas. Fazemos tudo sem cálculos, sem perder tempo pensando no que pode acontecer; no peso do dia de amanhã, na medida drástica de se entregar sem exigir nota fiscal. Somos inconsequentes, inseguros ou talvez seguros até demais. 
Desde cedo aprendemos a conviver com pessoas superficiais, e a aceitar elas dessa forma. Aprendemos que ninguém é de ninguém, que namorar é amarrar - prender, e você não deve se prender a ninguém. Percebemos que no meio dessa gigantesca confusão que chamamos carinhosamente de vida, descobrimos até mesmo que pode não ser tão saudável a liberdade extrema. Aprendemos que nada, nada dói, ou se doer vai passar, um dia vai passar, tudo passa e amanhã é outro dia. As possibilidades se ampliam em esbarrões nas ruas, em informações pedidas, numa ida pro colégio, em um dia corrido, naquele barzinho de sempre. Opções, sempre tantas opções. E então esquecemos as pessoas, nos contatos do celular e cada dia somos diferentes do que ontem éramos. Uma versão, atualizada a cada manhã. Tudo é muito maleável, muito fraco. Hoje é atração, no outro encontro serão gestos apaixonados, na falta dele sentimos insegurança, na semana seguinte, um nunca mais. O sumiço, desfechos que não foram totalmente fechados, brechas para um futuro e grandes buracos no passado.
Em um dia qualquer, casualmente, um reencontro. Sentimentos irão aflorar  ou talvez não. Poderá ter um enredo inovado pro que deixamos para mais tarde.
[m.h.]

II parte -
Hoje buscamos durabilidade para o que não sentimos. O que devia ser incomum tornou-se totalmente capaz: normal é não dar certo. O comum agora é saber a hora certa de dizer que está caindo de amores, e saber o momento exato que você deve brincar com os sentimentos daquela pessoa. Diz que gosta , que sente falta e saudade. Depois some. E ressurge das "cinzas" pra não deixar que ela esqueça de você. Mas na verdade o que você quer é ter uma pessoa que vai sempre gostar de ti, mesmo que você não queira retribuí-la.
Não, não é assim que deve ser. Não mesmo!
Devemos nos deliciar com os mistérios dos outros, tentar encontrar a solução dos problemas, e não ser problema. Devemos ser soluções! É de relacionamentos saudáveis que a humanidade está precisando, de relacionamentos estáveis, inabalados e duradouros. Paqueras, carinhos, sorrisos, olhares, defeitos, manias, singularidades. A melhor magia é descobrir o outro a cada dia e se surpreender com isso. Chega de páginas puladas, e capítulos desordenados. As nossas histórias precisam é de início, meio e fim. Nada de novelas intermináveis, com agudas tristezas! Eu desejo a você : Que seja eterno enquanto dure! 

[m.h.]


Um comentário:

  1. Oi Malena linda! Acredito no amor, acredito que ele move as nossas vidas. acredito em pessoas que querem isso também, mais cabe a mim dizer que a maior parte dos seres humanos não sabem disso ou nao querem ver logo assim de primeira e precisam perder, errar, sofrer, pra lembrar de algo que eles achavam nunca ter sentido e descobrir então que pode ser tarde demais. E depois de um tempo entender o que você tanto queria.. algo mais simples, mais facil de ser compreendido pelas duas partes ao menos um pouquinho, algo transparente e sincero que fizesse vcs felizes, não é mesmo ? mais deixa rolar só não deixe de acreditar no amor, ok ?
    adorei o texto!

    ResponderExcluir