sábado, 30 de abril de 2011

Conformação

Como se faz para aprender a se conformar? Isso, é só isso que preciso saber! Eu não sei aceitar que as coisas acabam com o tempo, não sei fingir que está tudo bem quando não está. Não sei chegar e dizer: quero muito, muito mesmo , mas... Para mim, essa história de “mas” é pra quem não quer tentar até não restar mais nenhum farelo de chance. Como pode as pessoas deixarem ir embora a pessoa que mais ama pelo sentimento mais feio: o orgulho? Pois eu assumo: Penso muito em você ..  penso muito em você!
Olho para o seu cabelo desajeitado e sem corte, me irrito com a sua indecisão, sua maneira de não dizer nada. E sinto muito por ter que largar tudo isso, por ter que desistir do que me tira, ou tirava o fôlego mas que também trazia um conjunto de borboletas no estômago.
Como posso tocar o barquinho se vou deixar uma coisa que vale muito pra mim, para trás? Como se conformar em fazer voarem pra longe suas piadas sem graça que só você ri? "Vai, minha filha, deixa ir embora", me ordeno olhando no espelho pra ver se aprendo a ser normal. A ser uma garota que sabe a hora de trancar a porta, que sabe a hora de começar e de parar. Pra ver se aprendo a não esperar mais nenhuma ligação  à noite, não esperar nenhum sinal de vida, não querer escutar nenhuma palavra a mais. Pra comprovar que sou forte e que a falta é passageira.
Eu sei que sou forte, e deve ser por isso mesmo que me torturo tanto: porque sei que vou aguentar tudo calada! Queria sentir o sabor de amar e conviver bem com isso, sem precisar me privar tanto de ouvir a tua voz. Mas não, não dá. “ Os seus amigos esperam que você se saia bem. Pra que eles não precisem mais escutar a mesma conversa sobre os dias em que ele aparece e te deixa com o coração pequenininho na palma da sua mão",- diz a minha voz irritante na minha cabeça. Mas e então, ser forte é isso? Ser forte é deixar de buscar aquilo que é importante, que me faz perder o ar? Deixar de buscar aquilo que vale a pena? Ora, me poupe, vá pastar! Não é do meu caráter deixar coisas boas irem embora. Te juro que minha vontade é dizer: O que, vozinha? Não me venha com suas baboseiras.
Mas não falo isso e sigo os meus conselhos, até porque ele não é importante e nem me faz perder o ar, nem tampouco vale a pena!
[m.h.]

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