terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A estrada sem você é mais segura


E se eu disser que já nem sinto nada, que seu toque perdeu todo o encanto. Que se algum dia você me acelerou o peito, me fez suar frio e sorrir feito uma figura dopada; esse dia não vai chegar mais. Você não é mais capaz de fazer mover um músculo meu, e todas as borboletinhas que moravam em meu estômago fugiram pra bem longe. O seu timbre de voz não me deixa sem reação. Você se transformou em um nada, o nada que eu guardo na memória mas todos os dias eu tento esquecer. Você agora não passa da lembrança velha, do que eu queria que tivéssemos sido, sabia que poderíamos ser. Mas o verbo ser te assustou tanto que você escolheu não querer. Posso agora manter meu olhar firme em você, sem me preocupar em estar bonita o suficiente pra te chamar a atenção. Não quero mais saber onde você estava semana passada, com quem saiu e quem será a futura iludida que você finge namorar. Agora, a minha onda de preocupação gira em torno de mim mesma. Acordo radiante ao som de Ana Carolina. E repito firme a parte que diz: “ E se eu disser que já nem sinto nada, que a estrada sem você é mais segura...” Transbordo de alegria, afinal, nunca foi tão maravilhosos não sentir nada.
[m.h.]

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